As Boas-Novas

“Como água fresca para o homem sedento, tais são as boas-novas de terra remota”
(Provérbios 25:25).

Embora a oposição física ao Evangelho tenha quase terminado no ocidente, surgiram seitas cheias de heresias enganando a muitos e confundindo os incrédulos. As religiões falsas, espíritas, que vêm desde a antiguidade e o maometismo (islamismo) fundado no século 7 depois de Cristo cresceram, e acrescentaram sua influência contrária ao Evangelho.

Dois séculos atrás o inimigo deu início a uma ideologia que se espalhou e está se tornando no maior obstáculo à fé cristã: o materialismo, subjacente no homem impiedoso, foi inflamado por teorias enunciadas por Darwin, e conduziu ao evolucionismo.

Declarando-se ser a verdadeira ciência, o evolucionismo nega a existência de Deus e procura de todas as formas interpretar a origem do universo como sendo algo fortuito, um efeito sem causa, uma perfeição saída do caos (conceitos nada científicos…). A sua oposição é vigorosa contra o Evangelho, atacando diretamente o conceito de uma realidade espiritual, um Deus criador, a criação especial do homem, o pecado, a redenção, a vida eterna etc.

O mundo, inimigo de Cristo, recebe bem o evolucionismo, porque justifica a sua impiedade, e o faz sentir-se irresponsável pelos seus atos diante de um Ser supremo. O evolucionismo é ensinado nas escolas e nas universidades como se fosse verdade incontestável, provado, segundo dizem, pela evidência dos fósseis, das descobertas arqueológicas etc., vistos pelo seu prisma. Os cientistas que não aceitam o evolucionismo, porque sabem e podem provar toda a sua fragilidade e inconsistência, são desprezados e impedidos de proclamar os seus protestos.

Em suma, através dos séculos o Evangelho tem enfrentado:

1.   A oposição violenta do paganismo no início – mas a dedicação dos apóstolos e a dos seus discípulos fez com que o Evangelho fosse proclamado, com o poder do Espírito Santo, e se espalhasse pelo mundo conhecido.

2.   A oposição violenta da falsa “igreja” durante a Idade Média - ela quase conseguiu emudecer o Evangelho, mas novamente o Espírito Santo impeliu homens corajosos a disseminá-lo com o risco das suas vidas, e a sua mensagem salvadora se espalhou pelo mundo.  

3.   A apatia gerada pelo evolucionismo - talvez a maior barreira de todas, convencendo o mundo da inexistência de uma realidade espiritual, ou Deus. Em outro contexto, mas bastante semelhante, a Bíblia nos diz: “E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça” (2 Tessalonicenses 2:11-12). O mundo está voltando à situação de grosseira imoralidade de que lemos na passagem de Romanos 1:22-32, pois rejeitam as regras morais.

Essa barreira só pode ser derrubada com a convicção e a proclamação da verdade absoluta da Palavra de Deus, em sua integridade, por homens esclarecidos e cheios do Espírito Santo. Encontramos muitos hoje comprometendo a sua fé sincera em Cristo ao dizerem: “A Bíblia trata de coisas espirituais, e os relatos do Gênesis não têm base científica”, ou procurando acomodar a criação e o dilúvio com as teorias evolucionistas. Não existe compatibilidade: o evolucionismo é ateísta por excelência. Felizmente todas as descobertas científicas se coadunam perfeitamente com o relato bíblico (e não com o evolucionismo), havendo já missões cristãs que usam cientistas de renome para provar isso aos que se encontram em dúvida.

A alma do incrédulo está sedenta, o pecado continua a pesar em sua consciência, e o evolucionismo não lhe dá segurança, nem conforto, nem esperança. Ele precisa de “boas-novas de uma terra remota”. O Evangelho supre essas necessidades, é a água fresca para sua alma sedenta.

O Evangelho desde o início se propagou mediante três métodos, e ainda são os que usamos hoje:

1.   Evangelizando: este verbo vem do grego “euaggelizo”, usado em Atos 8:4,35, 5:42 e vários outros lugares. Os crentes que foram dispersos, Filipe, e os que iam de casa em casa evangelizavam, ou seja, contavam as alegres notícias do Evangelho aos outros, pessoalmente. Era algo excelente que queriam participar aos seus parentes, amigos, vizinhos e todos que quisessem ouvir. Estamos felizes com a nossa salvação? Contemos aos outros.

2.   Proclamando: na Bíblia o verbo grego é “kerusso”, encontrado cinquenta e nove vezes, inclusive em Marcos 16:15, Lucas 4:18-19, Romanos 10:14-15. Hoje em dia há muitos meios de fazer a proclamação: a congregações dentro e fora dos recintos, a todos os que estiverem ouvindo por rádio ou televisão, aos que buscarem nosso site na internet. Paulo declara: “Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10:15).

3.   Ensinando: grego “didasko”, dos três o mais usado na Bíblia, sendo encontrado 105 vezes. É instruir, participar conhecimento, logo quem instrui deve aprender primeiro. O Senhor Jesus era um grande e admirado ensinador, pois era autoridade na matéria mais do que ninguém (Mateus 5:2, 7:29 etc.). As Escrituras devem ser ensinadas “a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Timóteo 2:2). Os bispos de uma igreja devem ser aptos para ensinar (1 Timóteo 3:2).

Na situação em que nos encontramos agora, o mandamento do Senhor Jesus continua sendo: “ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mateus 28:19-20). Esta é a única maneira de penetrar a barreira construída pelo “príncipe deste mundo”. Paulo declarou que não se envergonhava do Evangelho, que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.

Não podemos deixar de mencionar que hoje, mais do que nunca, somos devedores a todos, sábios ou ignorantes, de levar-lhes as Boas-Novas do Evangelho assim como as recebemos, pois são como água fresca para as almas sedentas.

Muitas novas maneiras engenhosas e imaginativas de apresentar o Evangelho estão sendo experimentadas, às vezes parecendo que visam mais a diversão do que a conversão. Podemos nos sentir desconfortáveis ao vê-los, ou duvidar dos motivos. Mas Paulo nos ensina: “Mas que importa? Contanto que, de toda maneira, ou por pretexto ou de verdade, Cristo seja anunciado, nisto me regozijo, sim, e me regozijarei”.

Façamos a nossa parte, sejamos fiéis ao que fomos mandados, e Deus nos abençoará, não necessariamente com conversões, pois a semente pode não cair em terra fértil, mas nosso trabalho nunca é vão no Senhor (1 Coríntios 15:58).

autor: R David Jones.