Ciência

“… Guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência…”

1 Timóteo 6:20

Esta recomendação feita pelo apóstolo Paulo a Timóteo, salta aos olhos por ser tão aplicável em nossos dias quanto o foi naqueles dias do início do cristianismo. É mais do que uma recomendação: é um mandamento essencial para que se mantenha a integridade da mensagem da Palavra de Deus.

O depósito referido aqui é a bagagem de conhecimentos confiados a Timóteo, as doutrinas sadias e verdadeiras da fé Cristã. “Guarda o depósito” é a linguagem que se usaria para colocar uma coisa valiosa numa caixa-forte, protegida dos ladrões e salteadores. Timóteo acumulou esses conhecimentos desde a sua meninice, tendo Paulo contribuído com seus próprios conhecimentos na maturidade de Timóteo.

A fé cristã se consolidou na Bíblia, a Palavra de Deus, e ela tem sofrido ataques e oposições através dos tempos, mas manteve a sua integridade até os nossos dias devido à fidelidade de servos de Deus que a têm guardado em segurança contra os ataques do inimigo. Estes ataques têm sido de forma física, procurando impedir a distribuição da Bíblia, e de forma ideológica, combatendo o que ela ensina.

A falsa ciência, nos tempos do início da igreja, quando viviam Paulo e Timóteo, era em sua maior parte as doutrinas dos gnósticos, que diziam ter conhecimentos secretos superiores e procuravam confundir os crentes novos com as suas doutrinas. Hoje ainda temos no mundo o equivalente dos gnósticos e também uma grande quantidade de outros ensinos alheios à Palavra de Deus.

Sem dúvida a maior “ciência” antagônica ao Evangelho, e a mais insidiosa, é a que, curiosamente, se dá o nome de “ciência”. Ela é considerada a ciência por excelência, e tem sido tão convincente que é ensinada nas escolas a partir da infância, sem admitir contradições, nem mesmo as sérias objeções vindas da Palavra de Deus.

Essa falsa ciência tem como base as teorias imaginadas por um naturalista do século 18 chamado Darwin, cujo nome é agora conhecido em todo o mundo por ter dado início às teorias da “evolução”. Estão tão disseminadas que qualquer pessoa que passou pela escola, mesmo apenas fazendo o curso primário, sabe do que se trata.

Alguns evolucionistas têm sustentado que não é possível ter ciência sem crer na teoria da evolução - isso mesmo, é uma crença, uma fé, a religião do ateísmo. Ensinam que a ciência e a tecnologia atual exigem acreditar nos princípios da evolução das moléculas sem vida até chegar ao homem, para que possam ser compreendidas e desenvolvidas. Chegam a afirmar que aqueles que crêem na criação bíblica estão em perigo de não entender a ciência.

Isto é irônico, porque a evolução na realidade contraria os princípios da verdadeira ciência, que definimos como a constatação e prova das causas e efeitos dos fenômenos observados na natureza. Se a evolução fosse verdade, o conceito de ciência não faria sentido. Somente as verdades bíblicas da criação dão realidade à ciência.

A verdadeira ciência pressupõe que o universo é lógico e ordeiro, e obedece leis matemáticas que são consistentes através do tempo e do espaço. Mesmo quando as condições em regiões do espaço e em épocas diferentes forem bastante desiguais, ainda se observará uma uniformidade porque essas leis não mudam arbitrariamente, embora as condições e os processos específicos possam ser alterados. Por causa dessas leis, os cientistas podem muitas vezes prever, por exemplo, as posições dos astros em uma data futura. Tais previsões seriam impossíveis se não houvesse consistência nos fatos, o que é inexplicável pelo evolucionismo.

Mas quem crê na criação sabe que existe ordem no universo porque Deus fez todas as coisas (João 1:3) e impôs ordem sobre ele. A Bíblia ensina que Cristo sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder (Hebreus 1:3), o que torna possível a todas as regiões do universo funcionarem de uma forma lógica e ordeira, como se obedecessem a um sistema legal (Jeremias 33:25) e consistente (1 Samuel 15:29, Números 23:19), mesmo em condições físicas muito diversas. Nota: a Bíblia não ensina que os processos atuais são idênticos aos existentes no passado, como falsamente ensina o “uniformitarianismo”.

Deus não está limitado pelo tempo ou pelo espaço (2 Pedro 3:8, Salmo 139), mas mantém a consistência do universo para o nosso benefício. Ele nos garantiu que podemos contar com ela (Gênesis 8:22). Mas Ele próprio não está preso às Suas leis, haja vista os sinais registrados tanto no Velho como no Novo Testamento. Estes princípios cristãos são absolutamente essenciais para a verdadeira ciência, tanto em suas experiências como em suas previsões.

Os evolucionistas dependem dos princípios bíblicos de consistência e uniformidade para desenvolver a sua “ciência”, mas rejeitam a Bíblia que é a fonte. São inconsistentes ao fazer isso. Declaram que o universo não segue um plano racional, mas baseiam sua “ciência” em leis consistentes e uniformes que exigem um Autor racional. No íntimo sabem da existência do Deus bíblico (Romanos 1:19-20), mas professando a falsa ciência eles se desviaram da fé (1 Timóteo 6:21).   

O cristão pode usar uma experiência do passado como orientação para o que vai acontecer no futuro porque, de certa forma, Deus nos prometeu que o futuro vai refletir o passado (Gênesis 8:22). Mas os que rejeitam o Gênesis não podem raciocinar qual é o motivo porque existe uniformidade na natureza. Uma resposta como: “sempre foi, portanto sempre será assim” não é científica, faltando causa e efeito. Também “é natural para a matéria funcionar sempre de maneira regular”, atribuindo regularidade como propriedade do universo, tem a mesma falha. A verdadeira ciência exige explicar por que a regularidade é propriedade do universo.

Se a evolução fosse verdade, não haveria qualquer motivo racional para acreditar nela! Se a vida fosse o resultado da evolução, então o cérebro do evolucionista seria apenas o resultado de milhões de anos de processos acidentais. O cérebro seria apenas uma coleção de reações químicas preservadas porque teriam tido algum valor para sobrevivência no passado. Se a evolução fosse verdade, então os pensamentos do evolucionista seriam simplesmente o resultado de uma reação química através do tempo. Portanto, um evolucionista deve pensar e dizer que “evolução é verdade” não por razões racionais, mas como conseqüência inevitável de uma química cega. Uma análise realmente científica pressupõe que a mente humana não é só um processo químico. A razão pressupõe que temos liberdade de considerar conscientemente as várias opções e escolher a melhor. O evolucionismo subverte as condições preliminares para o pensamento racional, destruindo assim até mesmo a possibilidade de haver conhecimento e ciência.

Resumindo, concluímos que evolução é anti-ciência e anti-conhecimento. Se a evolução fosse verdade, ciência seria impossível porque não haveria razão para aceitar a uniformidade da natureza da qual dependem toda a ciência e a tecnologia. Não haveria mesmo razão para pensar que uma análise racional seria possível, porque os pensamentos da nossa mente não seriam mais do que um resultado inevitável de reações químicas irracionais. Os evolucionistas só conseguem usar ciência e ganhar conhecimento porque são inconsistentes: dizendo acreditar em evolução, aceitam os princípios da criação bíblica.

autor: R David Jones.