O amor de Deus

Com frequência ouvimos, quando alguém está irritado conosco, ou suplica alguma coisa, a expressão inicial é “Pelo amor de Deus...” Na maioria das vezes é apenas um hábito corriqueiro, e é tomar o nome de Deus em vão, um pecado. Vamos então refletir um pouco sobre alguns aspectos da grandeza do amor de Deus.

Ser amado é uma das maiores necessidades do ser humano, a partir da infância. Todos queremos descobrir que somos importantes para alguém, que alguém realmente nos quer, tem cuidado por nós, e nos aceita como somos. A boa mensagem do Evangelho é que Deus nos ama, que o amor faz parte da Sua natureza! É da Sua essência!

Para manifestar o Seu amor, Deus criou, além de uma multidão de seres espirituais, o mundo em que vivemos, suas plantas e animais, e o homem para deles cuidar. Deus Se comunica com a Sua criação, cuida dela e lhe dá do Seu melhor para o benefício dela. Ao homem Ele deu o livre arbítrio para poder reciprocar o Seu amor ou rejeitá-lo.

O amor de Deus é altruísta e puro, dando boas coisas para os que lhe pedem (Mateus 7:11), “sendo toda a boa dádiva e todo dom perfeito lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tiago 1:17). Como Deus é amor, só podemos esperar o bem da parte d’Ele.

O amor de Deus é sacrificial, ou seja, não só O motiva a dar de tudo que possui, mas também com sacrifício próprio. Seu amor lhe custou a vida do Seu próprio Filho, como nos declara a maior mensagem de amor da Bíblia:Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.Deus permitiu que Ele morresse em nosso lugar para pagar nossa dívida terrível de pecado, assim provando cabalmente e de maneira irrefutável o Seu amor sacrificial por nós.

O amor do Filho de Deus também foi claramente demonstrado ao descer e entregar-Se à morte cruel na cruz em lugar de todo pecador que n’Ele crê. O apóstolo Paulo declarou: “esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim“ (Gálatas 2:20). Jesus Cristo fez o supremo sacrifício por nós quando morreu em nosso lugar: foi acusado falsamente, açoitado, coroado com coroa de espinhos, pregado numa cruz e deixado para morrer da maneira mais cruel na humanidade. Ele poderia ter escapado, mas sofreu voluntariamente por nossa causa. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (João 15:13).

Se formos tentados a pensar que ninguém nos ama, vamos pensar no amor revelado pelo Senhor Jesus por nós. Ele passou por aquela vergonha e sofrimento porque Ele nos ama. Isto Ele provou ao fazer o maior sacrifício possível a fim de nos assegurar o gozo eterno.

O amor de Deus é sem condições, e é dos mais surpreendentes porque nos é revelado quando não o merecemos e continua firme mesmo quando não correspondemos à sua altura. A Bíblia classifica todos os descrentes como inimigos de Deus, gente que voluntariamente se faz inimiga d’Ele (Romanos 5:10, Colossenses 1:21). Deus ama até os Seus inimigos – todos eles.

Não há nada de bom em nós que mereça o amor de Deus. Ele não nos ama porque somos amáveis ou porque podemos de alguma forma nos tornar merecedores do Seu amor. Nada merecemos, no entanto Ele nos preza muito e nos derrama o melhor sobre nós. É o Seu amor por nós que nos dá mérito.

Deus tem grande satisfação e é glorificado quando correspondemos ao Seu amor, entramos em Sua comunhão e fazemos a Sua vontade. Na realidade Ele nos fez com esse propósito, e mesmo se não correspondermos adequadamente ao Seu amor, Ele continua nos amando da mesma forma. Nada podemos fazer para aumentar ou diminuir o Seu amor por nós, pois Ele nos ama perfeitamente e completamente, e Seu amor é incondicional.

O amor de Deus é eterno, como Ele declara em Jeremias 31:3... “Com amor eterno eu te amei”. Esse amor eterno vem desde o passado distante. Ele nos conheceu e nos amou antes de nos ter feito, quando éramos somente um pensamento em Sua mente. E Ele nos amará por todo o porvir eterno pois, como exclamou Paulo, “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:38,39). Paulo declara que o amor de Cristo “excede todo entendimento” (Efésios 3:19), ou seja, é incompreensível para nós.

Assim como Deus é santo, o Seu amor promoverá santidade nos amados. Deus usará todos os meios disponíveis para incentivar nossa obediência. Isto é porque Ele nos ama. O escritor de Hebreus nos exortou a não menosprezar a correção que vem do Senhor. Isso evidencia o Seu amor por nós (Hebreus 12:5,6). Ele sabe que a obediência à Sua Palavra nos trará maior felicidade, por isso Ele nos faz desejar obedecê-la. Se Ele não nos amasse, Ele não cuidaria da nossa felicidade.

O amor de Deus é confortante, pois quando compreendemos a realidade do amor de Deus, descansamos no Senhor, livres de temor, seguros na certeza que Ele vai prover tudo que precisamos e nos proteger de tudo que não é para nosso bem. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1 João 4:18). Deus nunca castiga Seus filhos por causa dos seus pecados, pois o Seu Filho levou sobre Si a nossa punição, mas nos disciplina amorosamente para nosso benefício. Em vista disto, nada devemos temer incluindo, por exemplo, a perda de um ente querido, desemprego, catástrofes naturais, uma guerra global, sofrimento, morte, ficar a sós, rejeição, disciplina de Deus, o futuro. Deus nos ama! Nada devemos temer.

O amor de Deus transforma a vida, e saber e crer no amor que Ele tem por nós tem muitas vantagens. Talvez nunca chegaremos a compreendê-lo completamente só com a nossa compreensão humana, mas Deus está pronto para torná-lo real para nós, se estivermos abertos e receptivos à Sua palavra.

A maioria de nós anseia amar as pessoas, mas às vezes achamos que é muito difícil. O amor de Deus pode mudar isso. Podemos encontrar toda a aceitação e carinho que almejamos n’Ele. Então, seguros em Seu amor, seremos capazes de vir a amar outros, desinteressadamente, sacrificialmente e incondicionalmente. O amor de Deus influenciará profundamente nossos relacionamentos com os que estão em torno de nós e estaremos obedecendo ao Seu segundo grande mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Assim estaremos habilitados a responder adequadamente ao pedido feito “pelo amor de Deus”.

autor: R David Jones.