O Fixismo e o Evolucionismo

Face à multiplicação da ciência em nossos dias em seus vários campos, dão-se explicações conflitantes à origem dos fatos evidenciados, conforme a “religião” que cada um aprendeu ou adota. Este artigo tomaria um espaço imenso se fôssemos examinar cada uma, por isso ele se limita apenas ao que a Palavra de Deus nos diz sobre a criação, e aos princípios conflitantes do fixismo e do evolucionismo, frente à realidade conhecida e comprovada pelos descobrimentos feitos.

A Bíblia é uma coleção de livros inspirados por Deus com o propósito de promover a recuperação espiritual do homem. Assim sendo, ela nos dá apenas um breve relato da criação do mundo em que vivemos, contida nos primeiros dois capítulos do seu primeiro livro, o de Gênesis. Ali Deus declara, depois de cada passo da criação, que “viu que ficou bom”, isto é, que tudo estava perfeito.

No capítulo terceiro somos informados sobre a “queda” do primeiro casal de seres humanos: cometeram um ato de insubordinação, e assim perderam a sua vida espiritual, que é a comunhão com Deus, e foram impedidos de comer do fruto da árvore da vida, com isto ficando sujeitos à morte física. Deus também os amaldiçoou, bem como a terra (Gen. 3:15 a 19). A perfeição inicial foi então desfeita, dando início à degeneração física geral, bem como à moral e espiritual do ser humano.

Em seguida a Bíblia se dedica brevemente ao histórico da corrupção da humanidade nos dois primeiros milênios depois da criação, terminando com uma catástrofe global. Nela tudo o que havia em terra seca e respirava o ar foi destruído pela água: “todas as fontes do grande abismo se romperam, e as janelas dos céus se abriram”, chovendo por quarenta dias e quarenta noites, de forma que até os picos das mais altas montanhas foram cobertos pela água.

É água superaquecida acumulada em profundos lagos subterrâneos que fornece a energia no magma para as erupções vulcânicas que conhecemos até hoje. Estes seriam as “fontes do grande abismo” (Gênesis 7:11), para os quais se abriram passagens conduzindo ao cataclismo que foi o “dilúvio”, combinadas com o desencadeamento de imensos volumes de água contidos na atmosfera. Imaginemos vulcões várias vezes mais fortes que Cracatoa explodindo pelo mundo, todos ao mesmo tempo! O resultado teria sido uma transformação colossal na superfície da terra, formando-se oceanos, cadeias de montanhas, continentes e ilhas, restando uma muito reduzida extensão de nuvens na atmosfera, o que desde então permitiu a penetração de raios nocivos do sol.

Estas são deduções científicas que explicam tanta coisa que os evolucionistas procuram atribuir a catástrofes que teriam ocorrido, segundo eles pensam, no decorrer de bilhões de anos. Também explica o desaparecimento de animais e plantas gigantescos, dos quais sobraram apenas fósseis para nossa admiração, mas ainda temos exemplares de algumas das suas espécies, em tamanho reduzido e degenerados através do tempo, descendentes dos que sobreviveram na arca.

Salvaram-se com a família de Noé, apenas um casal de cada espécie de animal que respirava ar existente naqueles dias, ou sete exemplares de determinados animais e de cada espécie das aves, tendo todos flutuado dentro da segurança de uma gigantesca arca.

A família de Noé e os animais que foram salvos deram origem a toda a população de seres humanos, animais que respiram ar e pássaros da terra que temos hoje, espalhando-se por toda a parte. Deduzimos que os peixes, os animais aquáticos (baleias, crustáceos, moluscos, etc.) e as plantas não sofreram solução de continuidade, pois puderam sobreviver na água, ou por meio das suas sementes.

Nada mais encontramos na Bíblia sobre a interferência de Deus sobre a Sua criação, mas existe a expectativa de levantamento da maldição e renovação da criação, como Paulo esclareceu: “A ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme … esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Romanos 8:19-23).

Concluímos que houve uma criação inicial, perfeita, e um acréscimo ou modificação por ocasião da queda do homem, quando Deus amaldiçoou a terra, e ela passou a produzir “espinhos e ervas daninhas” (Gênesis 3:18). Tudo o que existe no mundo (inclusive os microorganismos) foi criado por Deus por intermédio da “Palavra” que conhecemos como o Senhor Jesus, em Quem está “a vida”. (João 1:3.)

Em seguida, através dos séculos até nossos dias, houve uma gradual degeneração. No dilúvio, em poucos meses a atmosfera perdeu uma parte da água que continha, surgiram os continentes, ilhas e cordilheiras. Algumas das espécies animais e vegetais iniciais possivelmente se extinguiram, entre elas animais cujos fósseis são encontrados, e de cuja espécie parece não haver um representante hoje em dia, mesmo muito modificado.

Com a degeneração da criação, os descendentes perdem algumas das características dos pais, o que faz com que variem entre si. Isto é facilmente comprovado pela diversidade encontrada entre os componentes de determinada espécie, ou família. Por exemplo, existem cães de muitos tamanhos, cores, temperamentos, inteligência, mas todos pertencem à espécie dos caninos, da qual também fazem parte os lobos, raposas e outras variedades. Também nos seres humanos vemos variações nas cores da pele, dos cabelos, dos olhos, em sua estatura, malformações de origem genética, etc.

 É importante notar que as mudanças, ou mutações, são sempre o resultado da degeneração, ou seja, elementos de formação (no DNA) são perdidos, reduzidos ou modificados, por ação de irradiação solar, doenças e acidentes. Podem ser recuperados, na sua descendência, mediante cruzamento com outro exemplar da mesma espécie que ainda o contenha. Até hoje não foi encontrado um caso em que um elemento ainda não existente tenha aparecido naturalmente em alguma espécie. A carência desta prova vital desmente todas as teorias da evolução.

Usando procedimentos de genética moderna, foi descoberto que as variações na cor da pele, por exemplo, podem acontecer em poucas gerações. E existe boa evidência para provar que os vários grupos étnicos que temos hoje não estão separados por grandes períodos de tempo. O fixismo era uma doutrina ou teoria filosófica bem aceita no século XVIII.

O fixismo propunha, na biologia, que todas as espécies foram criadas tal como são por poder divino, e permaneceriam assim, imutáveis, por toda sua existência, sem que jamais ocorressem mudanças significativas na sua descendência. Vemos logo que o fixismo erra ao julgar que as espécies biológicas permanecem hoje tal como foram criadas no início, pois não leva em conta a degeneração ocorrida desde a “queda”, nem o cataclismo do dilúvio, responsável, por exemplo, pela destruição dos exemplares gigantes das espécies existentes naquela época.

Na geologia, o fixismo sustentava que os continentes teriam se mantido estáveis e fixos em seus lugares atuais através de toda história geológica. Atualmente a deriva continental é aceita na forma da teoria geotectônica das placas, mas o fixismo geológico persistiu sendo defendido por um considerável tempo até que o acúmulo de evidências eventualmente favoreceu a aceitação científica da deriva continental. O fixismo ignorava os efeitos do dilúvio: o relato bíblico permite concluir que, inicialmente, a terra estava contida num só continente, cercado dos mares (Gênesis 1:10). Deduzimos que o cataclismo do dilúvio causou a separação das placas, formando continentes e ilhas, e elas continuam em movimento lento levantando cordilheiras de montanhas, e dando origem aos vulcões, terremotos e maremotos. Faz parte da degeneração da criação.

O evolucionismo consiste em um número considerável de teorias elaboradas após a publicação do livro de Darwin “Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida” no século XIX.

O evolucionismo é ateu, e está diametralmente em oposição ao fixismo e também à criação. Suas teorias, elaboradas religiosamente por seus adeptos, foram aclamadas como “ciência” pela grande maioria das faculdades, embora sejam veementemente negadas por muitos cientistas sérios por causa da sua esmagadora improbabilidade estatística e pela absoluta falta de evidência, que é essencial para poderem ser classificadas como científicas.

Segundo o evolucionismo, tudo o que existe hoje, o universo inteiro, surgiu do nada. Sem se saber a causa, a partir de uma “explosão” inicial, toda a matéria foi se formando através de uma imensidade de tempo (podem colocar “zeros” à vontade …), surgiram muitos universos, nestes uma infinidade de galáxias, estrelas e sistemas como o nosso sistema solar, planetas, etc. Surgiu então o planeta Terra, que se organizou sozinho para poder sustentar vida, e esta apareceu de repente construindo organismos que conhecemos como vegetais e animais até o ponto em que nos encontramos hoje, em toda a sua beleza e diversidade.

Conto de fadas? É o que ensinam agora nas escolas como sendo “ciência”, e os “cientistas” evolucionistas procuram desesperadamente alguma prova dessas teorias, que, aliás, são mudadas constantemente por causa da falta de evidência. Todos os organismos agora existentes são imensamente complexos, e até o menor e mais simples micróbio nunca poderia se formar por si próprio por mais tempo que tivesse para isso.

A verdadeira ciência ensina que não há criação sem haver um criador, que qualquer coisa, animada ou inanimada, deixada por si só tende sempre a corromper ou dissolver-se, que é impossível obter ordem do caos sem a interferência de um agente inteligente, e por aí afora. O evolucionismo quer encontrar algo que faça o contrário, mas até hoje não achou.

Como disse o apóstolo Paulo: “As coisas invisíveis (de Deus), desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles (os homens ímpios) fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” (Romanos 1:18-22).

Resumindo: a criação nos diz que tudo foi criado perfeito, e está passando por um processo de degeneração, o fixismo ensinava que, desde a criação, nada mudou até agora, o evolucionismo acredita que tudo o que temos agora surgiu do nada, e progride automaticamente mediante acidentes para um estado cada vez mais perfeito, sem precisar de um Deus criador e mantenedor.

Aos estudantes, e outros que tiverem interesse ou necessidade de conhecer os descobrimentos feitos (muitas vezes encobertos pelos evolucionistas por desmentir as suas teorias), recomendo o site www.answersingenesis.org  (o idioma é inglês, mas alguns tópicos estão traduzidos para o espanhol). Também em inglês, é muito esclarecedor o livro “Creation: Facts of Life” do Dr. Gary Parker, que pode ser adquirido através daquele site.

autor: R David Jones.