O tratamento leviano do Evangelho

Hebreus 12:25 a 29

Através dos profetas Deus falou aos patriarcas dos israelitas muitas vezes e de muitas maneiras, mas por último nos falou através do Filho, Jesus Cristo (Hebreus 1:1,2).

Os incomparáveis privilégios e glórias da fé cristã não devem ser tratados levianamente: se os que rejeitaram a voz de Deus, concretizada na lei advertida na terra por Moisés e os profetas, foram punidos em conformidade com ela, muito menos escaparão de castigo os que se desviarem “d’Aquele que nos adverte lá dos céus”: Deus nos deu uma revelação Divina do Céu através do Seu Filho e pelo ministério do Espírito Santo, e nos adverte para obedecermos ao Seu Evangelho.

Quando o privilégio é maior, também é maior a responsabilidade. Vez após vez em sua peregrinação pelo deserto, os israelitas deixaram de dar atenção aos mandamentos de Deus, e sofreram por causa da sua desobediência. Em Cristo, Deus deu Sua melhor e última revelação. Os que rejeitam a Sua voz, falada agora do Céu no Evangelho, são mais culpáveis e, portanto, sofrerão consequências mais graves ainda do que as resultantes da violação da lei transmitida através de Moisés.

Essa profecia, que contém detalhes terríveis, é chamada aqui de “promessa” por ser efetivamente o que é prometido, como disse o Senhor Jesus: “quando essas coisas começarem a acontecer, exultai e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima” (Lucas 21:28). Ela prevê julgamentos que resultarão na dissolução de tudo em que a humanidade sem Deus se apoia, e sua substituição por uma nova ordem de coisas, sob um Reino de retidão governado pelo Seu Filho.

Em seu contexto, estas palavras declaram o propósito de Deus num período de tempo chamado Dia do Senhor, em que Ele Se levantará para destruir o domínio dos gentios e exaltar o trono de Davi, e fazer de Jerusalém e do Seu templo o centro da adoração e submissão de todos os povos. Isto se dará no fim da era atual, antes do início do milênio quando o Senhor instalará o Seu reino (Isaías 65:17, 66:22, Apocalipse 20:11, 21:1-5).
 
Quando Deus disse, em seguida: "Ainda uma vez mais," Ele revelou a remoção completa e final dos céus e da terra após o término do milênio (2 Pedro 3:10-12). No Sinai a voz de Deus causou um terremoto (Êxodo 19:18). Mas aqui está previsto outro tremor imensamente maior (Isaías 2:19,21, Ageu 2:6), não só na Terra, mas também no Céu (Isaías 13:13, Ageu 2:6). Este evento irá explodir o mito de que o que podemos ver, tocar e manipular é real e que as coisas invisíveis são irreais. Quando Deus finalizar o processo de remoção, tudo o que pertence à criação, material, visível, terá desaparecido e apenas o que é real, mas invisível agora, permanecerá.

Os que se ocupam com o que é tangível e visível, como vestimentas sacerdotais, objetos materiais (instrumentos musicais, crucifixos, imagens, estátuas, templos etc.) e um ritualismo à semelhança do judaísmo antigo, estão agarrados às coisas que serão abaladas. Os crentes têm um reino espiritual que não pode ser abalado. Isto deveria inspirar o mais fervoroso culto e adoração, com reverência e temor piedoso.

Deus é um fogo consumidor para todos os que se recusam a ouvi-Lo, mas mesmo aos que são Seus, Sua santidade e justiça são tão grandes que devem produzir a mais profunda homenagem e respeito, e adoração sincera em espírito.

autor: R David Jones.