A história da Criação (22)

Da versão original Creation´s Story
Publicada pela John Ritchie Ltd., Escócia
Versão em português autorizada pela Editora A Verdade
www.editoraverdade.com.br

CAPÍTULO 22

DESENHO E INSTINTO

Estudos detalhados de muitas criaturas revelaram a maneira tão bela como elas se encaixam no mundo natural. Não é que elas tenham evoluído por "mutações ao acaso" e que, por se adaptarem ao ambiente, uma espécie tenha eventualmente mudado para outra. Elas foram desenhadas e feitas para ser o que elas são, onde estão. Numa determinada espécie, a adaptação ao meio realmente produz mudanças em algumas de suas características, por exemplo, ursos pardos nas florestas e ursos polares no Ártico, mas novas espécies não são formadas dessa maneira.

No entanto, tais estudos detalhados sobre seres vivos não conseguiram explicar tudo sobre eles; na verdade, alguns dos aspectos mais fascinantes continuam a ser os menos compreendidos. Para ilustrar isso, vamos pensar sobre os pássaros outra vez, criaturas belas e interessantes, comuns em todo o lado, sempre em grande variedade. Tanto aquilo que se sabe como o que não se sabe sobre eles aponta repetidamente à sabedoria e à provisão do Deus Todo-Poderoso.

Pássaros e o Voo

Feitos por Deus no quinto dia da semana da criação (Gênesis 1:20), as suas características óbvias são as asas para voar e a sua reprodução por meio de ovos. Se as fêmeas dos pássaros permanecessem grávidas até a hora do nascimento, como acontece com muitos mamíferos, pense em como a habilidade para voar ficaria seriamente comprometida e a sobrevivência prejudicada. Note como essa e outras características que examinaremos a seguir demonstram o desenho integrado de Deus para os pássaros como em nenhum outro tipo de criatura.

A asa de um pássaro preenche todos os requisitos da aerodinâmica, tanto ao bater quanto ao pairar – já fazia isso muito antes dessa palavra ser inventada! Cada pena de voo é desenhada de maneira inteligente: o eixo oco central e as "farpas" de lado, com "bárbulas" menores fechando em conjunto, desenvolvem a estrutura mais forte e mais leve para uma asa. Como poderia essa maravilhosa estrutura ter evoluído das escamas de um réptil? Adicionalmente, penas oferecem isolamento térmico e camuflagem em habitats perigosos.

Os ossos dos pássaros são ocos e de estrutura cruzada por dentro. Engenheiros declaram que esse tipo de estrutura oferece máxima resistência com um peso mínimo – exatamente do que os pássaros precisam! Um exemplo especial são os ossos "absorvedores de choques" no crânio de um pica-pau, que previne danos à sua cabeça, enquanto ele, tal como uma "broca voadora" repetidamente bate o seu afiado bico em madeira sólida.

Os pulmões dos pássaros são basicamente diferentes dos de outras criaturas. Nós respiramos ar para dentro e para fora do topo dos nossos pulmões, mas nos pássaros o ar flui dentro no topo e sai na base dos seus pulmões, enquanto o seu sangue flui na direção oposta. Isso oferece uma absorção de oxigênio muito melhor. Então pássaros podem voar rapidamente e longe, e muitos voam em altitudes onde os níveis reduzidos de oxigênio são um grande problema, tanto para o homem quanto para animais. Isso é fantástico – mas não surpreendente, quando vemos isso como um dos desenhos de Deus!

Alguns pássaros voam muito rapidamente. O falcão peregrino é a criatura mais rápida do mundo, capaz de atacar a sua presa numa velocidade de 290 Km/h. Outras aves conseguem voar longas distâncias. A andorinha do Ártico, que pode ser vista na costa norte da Escócia a cada verão, é a recordista. Ela voa mais de 16.000 quilômetros do norte da Antártica a cada primavera e volta para o sul outra vez, fazendo essa mesma distância a cada outono. Durante a sua vida, esse belo pássaro voa a mesma distância que uma viagem de ida e volta da Terra para a Lua!

Migração

Migrações de primavera e de outono são algo muito bonito. Aos milhões, andorinhas árticas ou bandos de andorinhas, andorinhões e martins, e centenas de outros tipos de pássaros pelo mundo fazem tais jornadas. A cada mês de abril, a chegada da águia marinha na Escócia, vinda da África, é aguardada com ansiedade, voltando para os seus antigos ninhos para se reproduzirem. E poucas experiências conseguem rivalizar à visão e ao som dos bandos de gansos espalhados pelo límpido céu outonal, essas formações em V com talvez centenas de pássaros ao mesmo tempo, piando bem alto para anunciar a sua presença, chegando do círculo Ártico para passar o inverno na Europa.

Como todas essas aves migratórias navegam distâncias tão vastas e repetidamente encontram o seu caminho, exatamente no mesmo lugar, ano após ano, é um mistério sem explicação! Particularmente espantoso é como jovens aves encontram o caminho certo na primeira vez, talvez até mesmo semanas depois de seus progenitores terem iniciado a migração sem eles. Instinto é um dos nomes atribuídos a isso, mas ninguém sabe que mecanismo é esse – apenas Deus, pois foi Ele quem o forneceu.
 
Esse instinto de pássaros é lançado como um desafio a nós em Salmos 84:3. Quanto desse "anseio pela casa" temos pela presença de Deus, pela sua casa, pelos seus altares? Seja viajando grandes distâncias, como a andorinha, ou permanecendo localmente como o pardal, será que nós sempre procuramos a nossa casa espiritual e sentimos que pertencemos a ela? É lá que desejamos estar, vez após vez?

A migração não está confinada às aves. O salmão nasce num rio e desce pela corrente até ao mar, onde ele se desenvolve e cresce. Eles podem passar até quatro anos no oceano, longe do seu rio de nascença. Mas depois eles retornam exatamente à mesma seção de rio onde nasceram, subindo aos saltos fortes cachoeiras, superando enormes obstáculos, para deixar os seus ovos na mesma margem de pedras do rio, para que a próxima geração o repita vez após vez, num espantoso ciclo da natureza. Talvez o maior espetáculo de migração do mundo aconteça nas savanas do Serengeti, na África central, quando anualmente cerca de dois milhões de gnus migram por longínquas distâncias, atravessando rios infestados de crocodilos, para retornar alguns meses depois.

Outros Mistérios

A hibernação é outro acontecimento inusitado. Certos animais, como os ouriços, morcegos, e outros tipos de esquilos entram num sono profundo durante os meses de inverno e depois despertam na primavera. Durante a hibernação, a sua temperatura corporal declina para conservar a energia. Mas como eles permanecem vivos por tanto tempo sem se alimentarem? Como é que eles sabem quando dormir e quando acordar? Algumas fêmeas até mesmo permanecem grávidas durante toda a hibernação e dão à luz pouco depois de acordar!

Como morcegos veem no escuro conforme voam, apanhando insetos em pleno ar? Como eles evitam colidir uns com os outros e com obstáculos? Eles, na verdade, têm um "radar" embutido, ou um sistema de "ecolocalização". Eles emitem curtos pulsares de som em alta frequência e recebem os ecos de volta em seus ouvidos com tanta precisão de detalhe que eles são capazes de localizar alimentos e "voar às cegas", sem interferência dos ecos dos outros morcegos à sua volta. Eles, na verdade, "veem" no escuro pela audição!

Existem muitos desses mistérios fascinantes e inexplicáveis por toda a natureza. Como é que uma bela borboleta se desenvolve a partir de uma lagarta rastejante, por meio de uma crisálida rija? Como o sistema automático de camuflagem de um camaleão funciona? Que 'dança de abelhas' estranha é essa, pela qual elas comunicam informações precisas para o resto da colmeia sobre onde encontrar alimento? Por que certos animais criam laços tão íntimos com humanos, enquanto outros não?

Não é apenas sobre o reino animal que existem tais questões. E sobre as plantas e as árvores? Por que e como árvores decíduas perdem as suas folhas no outono, oferecendo-nos um espetáculo glorioso de mudanças de cores, e depois se vestem outra vez em vários tons de verde a cada primavera, enquanto pinheiros mantêm a sua cor durante todo o ano, oferecendo-nos a silenciosa beleza de seus ramos cobertos de geada ou pesados com neve, num gelado dia de inverno?

Ninguém sabe a resposta completa a tais questões. Você pode talvez saber aquilo que os cientistas descobriram, que é por causa da resposta das enzimas a condições, como luz ou temperatura, ou que, no caso dos animais, terá a ver com o fornecimento de alimento, ou um habitat apropriado para a reprodução, e isso é verdade. Como eles sabem quando e como fazer tais coisas e para onde ir? E de onde vieram essas enzimas reguladoras e mecanismos intrincados? Como em tantas ramificações da ciência, quanto mais descobrimos, mais percebemos o quanto não sabemos! Existem mais perguntas que respostas!

Em Eclesiastes 3:11 nós lemos: "Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo... sem que [o homem] possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim". Mas essa beleza é nossa para desfrutarmos, e a maravilha de tudo é nossa para apreciarmos. Em toda a natureza, em todo o universo, o desenho de Deus é visto em todo o lado. E certamente é um "desenho inteligente", mas é muito mais que isso – é engenhoso, é fantástico! Tudo isso nos direciona para o seu grande Criador. Tanto a beleza dos detalhes já descobertos quanto à maravilha dos mistérios sem resposta chamam para a sua adoração!

"Sei que tudo quanto Deus faz... nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele" (Eclesiastes 3:14).

autor: Bert Cargill.