Doutrina e doutrinas

Os dicionários definem doutrina como sendo “o conjunto de princípios em que se baseia um sistema religioso, político ou filosófico”. Entretanto, o cristão autêntico não pertence a qualquer sistema religioso, político ou filosófico. A Igreja não é um sistema, é um organismo, um corpo, o Corpo de Cristo e como tal deve estar isenta das complicações da religião, das imundícies da política e dos enganos da filosofia.

Quando se fala em doutrina, em qualquer meio, fala-se em ensino, tanto de coisas más, perigosas, enganadoras, diabólicas, quanto de coisas boas, sadias, edificantes, divinas. Portanto, doutrina pode ser contemplada tanto do ponto de vista positivo quanto negativo.

A Bíblia fala de algumas doutrinas, tais como: doutrinas estranhas – Hebreus 13:9; doutrinas de homens – Colossenses 2:22-23 e Mateus 15:9; doutrinas de demônios – 1 Timóteo 4:1; doutrina dos apóstolos – Atos 2:42 e 5:28; doutrina dos fariseus – Mateus 16:12; sã doutrina – 1 Timóteo 1:10, 4:6, 4:16 e Tito 2:10.

A “sã doutrina”, que inclui a “doutrina dos apóstolos”, é a Palavra de Deus. É Cristo! A má interpretação da Bíblia dá margem a um grande número de “doutrinas”. No entanto, se nos ocuparmos com a “simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co.11:3) não seremos criadores de “doutrinas” e nos ocuparemos somente com a Sã Doutrina. João fala do erro de se ultrapassar a Doutrina de Cristo (2Jo.9). Esta é a Sã Doutrina, para quem a ultrapassa João é taxativo: “Não tem Deus”.

O desejo de Deus é que a Igreja seja a expressão do Corpo de Cristo na Terra, tendo Ele mesmo como o Cabeça. Todavia, pode-se ver a expressão de Cristo nas igrejas hoje? Creio que isto seja muito difícil. Ao longo da história satanás tem procurado danificar a Igreja, impedindo-a de expressar a unidade do Corpo. Para levar a cabo a sua intenção, satanás usa as religiões, as doutrinas, as organizações, as formalidades, os rituais e os regulamentos. É difícil ver a expressão do Corpo de Cristo na maioria das igrejas, mas estes seis aspectos são muito fáceis de se perceber. Eles são frutos de “vento de doutrina” ou de “doutrinas” várias.

Distinguimos sete verdades básicas, fundamentais para a vida da Igreja. São elas:

  • Com respeito à Bíblia: A Bíblia é a Palavra de Deus. Deus revela Seu querer unicamente através da Bíblia. Não há outro livro que seja totalmente inspirado por Deus. Os crentes têm como regra prática de conduta a Palavra de Deus, que é a Bíblia;
  • Com respeito a Deus: Deus é único. Todavia Ele se revela à humanidade em três Pessoas absolutamente iguais em natureza: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Este é um conceito revelado na Palavra de Deus, portanto indiscutível.
  • Com respeito a Cristo: Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio a este mundo através de Maria, mas gerado pelo Espírito Santo. Toda a plenitude da divindade habita corporalmente nEle. Portanto Ele é a revelação de Deus em forma humana. Ele passou cerca de trinta e três anos fazendo o bem; foi morto e ressuscitado pelo Pai ao terceiro dia; permaneceu ainda aqui na Terra por quarenta dias após Sua ressurreição, findo os quais foi assunto aos céus.
  • Com respeito à obra de Cristo: O Senhor Jesus veio a este mundo como único meio de salvação para os pecadores; Ele morreu para dar vida aos que nEle crêem. Morreu na cruz para a nossa redenção, ressuscitou para nossa regeneração e subiu aos céus para ser nosso Advogado e Senhor de todos. Ele, no devido tempo, voltará para buscar os Seus redimidos para estarem para sempre com Ele.
  • Com respeito ao Espírito Santo: No dia de Pentecostes o Senhor Jesus, cumprindo uma promessa feita pelo Pai e por Ele mesmo, enviou o Espírito Santo para guiar, ensinar, convencer, consolar, enfim, dar vida e poder e fazer morada em Seus redimidos. O Espírito Santo é uma Pessoa. É a terceira Pessoa da deidade e o mesmo em natureza com o Pai e o Filho.
  • Com respeito à Salvação: O homem deve arrepender-se dos seus pecados e crer no Senhor Jesus Cristo para ser salvo, redimido, justificado e regenerado a fim de ter direito à vida eterna, ser um filho de Deus e membro do corpo de Cristo, que é a Igreja.·
  • Com respeito à Igreja: A Igreja é o Corpo de Cristo, sendo Ele mesmo a Cabeça do Corpo. A Igreja de Cristo, no aspecto universal é uma só, compreendendo os Seus remidos através da história, desde o seu início no dia de Pentecostes, até o seu arrebatamento na volta de Cristo. Todavia, para a edificação, ensino e uso de dons espirituais dos santos enquanto estão na Terra, os crentes se reúnem em “igrejas locais”, sem discriminação de nacionalidade, cultura ou classe social.

Não pode haver dúvida em relação a essas verdades. Poderíamos expandir ainda mais os conceitos acima e eles continuariam sendo verdades inquestionáveis, e com elas concordariam plenamente todos os verdadeiros crentes encontrados nas igrejas locais, tenham ou não alguma denominação que os distinga dos demais.

No entanto, surgem problemas nas questões chamadas “gerais e circunstanciais” encontradas na Bíblia, que são também conhecidas como “doutrinas não fundamentais”. Além disso, existem temas relacionados a usos e costumes que alguns interpretam como “doutrinas”.

Suponhamos um grupo de cristãos, de várias denominações evangélicas, sentados em torno de uma mesa para falar sobre os seguintes assuntos: forma de batismo, contribuição (dízimo), ministério das mulheres, dons espirituais, bebida, comida, vestes, véu, comprimento do cabelo, garantia da salvação, modo de celebrar a Ceia do Senhor, liderança de igreja etc, a que conclusão chegariam? Com certeza não haveria consenso. Esses assuntos estão todos na Bíblia? Sim, estão! Eles influem na comunhão? Sim, mas não deveriam!

A comunhão entre os crentes não deveria estar condicionada aos chamados “assuntos gerais” e sim às verdades fundamentais. A Bíblia ensina que deveríamos ter a mesma disposição mental e o mesmo parecer (1Co.1:10), portanto se não existissem divergências no entendimento desses assuntos a comunhão entre os cristãos não seria afetada nem se faria a divisão no Corpo. Mas, infelizmente, o inimigo quer assim e assim tem sido. Por quê? Simplesmente porque essas divergências são defendidas com mais veemência do que as verdades fundamentais.

“Tá na Bíblia”

Esta expressão é muito usada por alguns irmãos ao exigir o cumprimento de certos regulamentos criados por homens que interpretaram mal a Palavra. Não vejo como sendo uma coisa simples apenas dizer “tá na Bíblia” (“está escrito”, para ser mais correto). O Senhor Jesus venceu a satanás citando o que se achava escrito na Palavra de Deus, porém Ele sabia o que estava dizendo. Os apóstolos ensinavam com base no que estava escrito no Antigo Testamento, mas nunca tiveram que dizer “no meu entender”, “da maneira como interpreto” ou “eu entendo assim”, pois o que eles citavam do Antigo Testamento, segundo o Espírito, não deixava sombra de dúvida e nem era de particular interpretação.

Existem aqueles que querem aprender e aqueles que querem polemizar. Para ambos, devemos ser muito cuidadosos ao dizer “está escrito”, pois às vezes não compreendemos corretamente o que está escrito, visto que a Bíblia não é um jornal, uma revista ou um livro qualquer. A exegese bíblica, feita cuidadosamente, elucida várias passagens que, por si só, podem conduzir a erros de interpretação e levar a práticas incoerentes.

 

 


 


Combatendo as doutrinas falsas 



Durante os primeiros anos, a Igreja não tinha problemas com “doutrinas falsas várias”. Os salvos “perseveravam na doutrina (ensino) dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At.2:42). Este período foi muito curto, pois o inimigo nada satisfeito começou a semear “doutrinas falsas” entre os convertidos. Por mais paradoxal que pareça, a doutrina (ensino) dos apóstolos visava principalmente desviar os salvos de certos tipos de doutrinas falsas que eram ensinamentos de homens, não de Deus. A lei de Moisés e as “doutrinas falsas” do judaísmo não eram para a Igreja, mas os crentes judeus primitivos achavam que era necessário praticá-las.

Em Atos 20:30 Paulo usa a expressão “coisas pervertidas” em lugar de doutrinas errôneas. Logo depois os judeus apegados às “doutrinas falsas” judaicas começaram a perseguir Paulo. Em Atos 21:17-26 vemos que os que creram (portanto pertencentes à Igreja), dentre os judeus, permaneciam debaixo do jugo da lei, envolvidos com “doutrinas falsas”. Eles eram zelosos, mas aquele zelo não tinha aprovação de Deus, pois era mesclado com “doutrinas falsas”.

Lendo 1 Coríntios, percebemos que aquela era uma igreja dividida. Havia ali pelo menos quatro grupos: os de Paulo, os de Cefas, os de Apolo e os de Cristo. Por que eram tão divididos? Porque eram apegados às “doutrinas falsas”. Por que eles fizeram tantas perguntas a Paulo? Porque estavam confusos com tantas “doutrinas falsas”. Estritamente falando, “doutrinas falsas” em 1 Coríntios significam ultrapassar aquilo que está escrito (1Co.4:6). Paulo instruía aos crentes para que não passassem por cima das Escrituras adotando ensinos modernos de obreiros fraudulentos.

Quando você ultrapassa as Escrituras você está “criando” doutrinas falsas. Num certo sentido, “doutrinas falsas” são coisas que ultrapassam as Escrituras. A igreja de Corinto estava muito apegada e perturbada por “doutrinas falsas” que foram introduzidas por maus obreiros. É bom meditar bastante nos capítulos 3 e 4 de 1 Coríntios e em 2 Coríntios 2:17; 3:1-18; 10:1-18; 11:1-15 e 12:11-13.

A Galácia era uma província. As igrejas ali haviam sido contaminadas por “doutrinas falsas”. Na Galácia foi pregado um “evangelho” além daquele que as igrejas tinham recebido (Gl.1:6-9). Esse “evangelho” era composto das “doutrinas falsas” da religião judaica. Gálatas 5:1,13 é um texto que mostra com clareza que liberdade não combina com “doutrinas falsas”. Cristo nos libertou da Lei e das doutrinas falsas no judaismo.

Assim como os judeus estavam presos às cerimônias religiosas, também têm surgido muitas outras prisões no cristianismo. Praticamente todos os “itas” e os “ismos” são prisões, sendo o romanismo o maior deles. Viver sob “doutrinas falsas” é viver preso em algum tipo de prisão sob o jugo da escravidão.

Por outro lado a nossa liberdade é condicional (Gl.5:13). Ela está condicionada ao amor e à negação da vontade da carne. É bom ler toda a carta aos Gálatas. Paulo diz em Gálatas 5:4 que por procurarem se justificar pela Lei eles haviam se desligado de Cristo. No versículo 6 ele diz que em Cristo nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm efeito algum. Isto significa que não é uma questão de ser circuncidado ou não, o certo é estar em Cristo. Muitos acham que o certo é pregar o Evangelho com paletó e gravata, portanto o estar em Cristo passa a ser secundário.

Em Efésios 4:12-13 Paulo fala da edificação do corpo. Essa edificação tem como propósito quatro metas: a “unidade” da fé; o pleno “conhecimento” do Filho de Deus; a perfeita “varonilidade”; e a medida da estatura da “plenitude” de Cristo. Realizando estas quatro metas, o corpo estará “edificado”. Assim não seremos levados por “todo vento de doutrina” e artimanhas de homens astutos que induzem ao erro, ou pela fraqueza daqueles que se deixam envolver.

Chegamos a Colossenses. Nesta carta temos o maior problema enfrentado por Paulo, talvez fosse a sua mais difícil tarefa. Em Colossos havia sido formada a mais nobre filosofia (doutrina) que o mundo já conhecera. Tratava-se de uma mistura do mais elevado saber grego (gnosis), combinado com o judaico e o egípcio. O “conhecimento” (gnosis), que hoje é retratado na mistura de religião com filosofia em alguns segmentos religiosos, tem origem provavelmente naquela época. Essa cultura induzia os crentes a cumprirem ritos judaicos, adoração de anjos, cerimonialismos etc. Esse saber (gnosis) causou muitos males, pois era uma heresia e perturbou muito a Igreja daquela época. Eles colocavam em dúvida a “perfeita” ligação entre o Pai e o Filho, usando várias sutilezas.

Cerca de 25 anos depois, quando vieram os escritos de João, esse problema estava ainda maior, pois dali surgiram os gnósticos, trazendo uma “alta teologia”, ou a “filosofia dos magos”. Um sistema religioso que elevava o homem ao máximo. Eles negavam, principalmente, a divindade de Cristo e semeavam suas “doutrinas” errôneas nas igrejas. Leia atentamente o capítulo 2 de Colossenses. Ali temos a primeira investida desse poderoso sistema doutrinário e filosófico. Leia as cartas de João. Ele usa muito as palavras “nisto” e “verdade”. João tinha o encargo de trazer de volta aqueles que haviam sido corrompidos pelas “doutrinas falsas” (2Jo.7-11). A “identidade” cristã e o “modelo” da Igreja estavam sendo contaminados pelas “doutrinas falsas”.

Ao jovem presbítero Timóteo, Paulo previne, logo de início, contra as “doutrinas falsas” (1Tm.1:3). Praticamente todo o falar de Paulo a Timóteo foi para firmá-lo na Sã Doutrina para que ele rejeitasse as “doutrinas falsas”, que são preceitos de homens.

É lamentável que entre nós ainda hoje persistam discussões tolas em relação a “doutrinas falsas” e regulamentos. Em muitos casos, com nossas determinações, fazemos a obra que cabe ao Espírito Santo fazer. Assim impedimos a Sua atuação plena. Além disso, não crescemos, ficamos estagnados, continuamos crianças, somos carnais, apegados aos regulamentos e às invenções.

A carta aos Hebreus fala de um estágio de amadurecimento muito difícil de se alcançar: “Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e o ensino sobre batismos e imposição de mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo eterno” (Hb.6:1-2). Nele estão relacionadas seis doutrinas judaicas superadas.

É bom que se frise que são fatos básicos no Velho Testamento, figuras de Cristo em ritual, símbolo e cerimônia: a) arrependimento de obras mortas: os que procuravam cumprir as obras da lei mosaica, falhavam e tinham que se arrepender; b) a fé em Deus exigia o oferecimento de sacrifícios para se aproximar dEle, agora é através do sacerdócio de Cristo; c) os batismos, e havia muitos, eram figuras de purificação, não dizendo respeito ao batismo cristão, que é símbolo de morte e ressurreição; d) a imposição de mãos era um ritual significando a identificação de quem oferecia um sacrifício com o animal sacrificado, que tomava o seu lugar no altar; e) a ressurreição dos mortos era ensinada no Velho Testamento, mas agora conhecemos a ressurreição de Cristo, vivo no céu; f) o juízo eterno também era esperado, mas o Evangelho de Cristo nos trouxe mais detalhes, e promessas para os Seus remidos.

Quem pode dizer que esses ensinamentos não são importantes? São importantes, mas são apenas ensinos elementares, rudimentos, e devemos prosseguir para algo melhor, o alimento sólido que é o ensino apostólico inspirado pelo Espírito Santo. Somos propensos a valorizar muito as doutrinas superadas e isso nos impede de chegarmos ao que é perfeito.

Marta e Maria, em Lucas 10:38-42, ilustram bem esta questão. Maria prosseguiu para o que é perfeito (uma só coisa: o ensino do Senhor Jesus), Marta, no entanto, se envolveu com muitas coisas, que simbolizam as muitas “doutrinas falsas” e regulamentos que nos cercam.


A crescente onda de doutrinas falsas 


No início do quarto século, a igreja “católica” romana adquiriu grande poder temporal e perseguiu quase até à extinção as demais igrejas. A igreja romana absorveu muitas “doutrinas falsas” do paganismo, e inventou ainda outras mais. Aliás, este é o segmento religioso que mais se envolveu com “doutrinas falsas”. Somente em 1517 o seu jugo começou a diminuir sensivelmente com a reforma de Martinho Lutero, havendo ainda outros reformadores antes e depois dele.

A Reforma liberou da maioria das “doutrinas falsas” as igrejas que abrangeu, mas outras foram sendo introduzidas, com o tempo. Foram surgindo, a partir daí, as grandes organizações religiosas, paralelas ao romanismo. As igrejas eram fundadas sobre doutrinas falsas e isto também estava e está errado, pois “doutrinas falsas” não servem de fundamento ou base para a Igreja.

Em meados do século dezenove, os pentecostais trouxeram o “rolar”, o “pular” e o “gritar” e, como vemos, isto também virou “doutrina”, muito evidenciada em nossos dias, juntamente com o “triunfalismo”.


Divididos por doutrinas falsas 


No início do século dezenove, houve o que podemos chamar de “uma reação do Senhor às mutilações da Igreja”. Na terceira década daquele século, no Reino Unido, alguns irmãos oriundos das organizações eclesiásticas existentes começaram a se reunir na simplicidade do Evangelho. Pelo que conhecemos da história, o desejo daqueles irmãos estava focado em três pilares: unidade, adoração e simplicidade.

No princípio foi tudo muito bom. Fora restaurado o que entendiam ser o “modelo” e a “identidade” da igreja primitiva. Eles pregavam o retorno à “simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co.11:3). Na América do Norte também havia irmãos se reunindo com o mesmo ideal, provando que a iniciativa fora de Deus.

Todavia, vinte anos depois, começaram as divisões por causa das “doutrinas falsas”. Eles haviam abandonado as denominações, mas passaram a ser conhecidos, principalmente, como os “irmãos fechados” e os “irmãos abertos”.  Como resultado, setenta anos depois a história diz que já havia, pelo menos, cento e cinqüenta divisões entre os “irmãos”. Tudo por causa do apego às “doutrinas falsas”, normas e regulamentos.

Por exemplo, alguns enxergaram a aspersão nos ensinos neotestamentários e defendiam esta forma de batismo como uma “doutrina”. Outros não viram a aspersão em relação à Igreja e defendiam a imersão. Qual deveria ter sido a solução? Seria a divisão? A ruptura da comunhão? Absolutamente, não! Nem a imersão e nem a aspersão deveriam ser capazes de influenciar a comunhão entre os irmãos.

As principais fontes de divisões existentes entre as igrejas que se consideram "evangélicas" têm sido: dízimo (ou dádivas); classe mediadora (pastor, bispo, apóstolo); formas de batismo; falar em línguas; cura divina; unção do Espírito; certeza ou perda da Salvação; vestimentas; uso do véu pelas mulheres; Ceia do Senhor; o Dia do Senhor; o Arrebatamento.



O procedimento correto 

A igreja deve aprender de Cristo, praticar Atos 2:42, ser zelosa, fazer tudo com decência e ordem, obedecer ao ensino bíblico, praticar boas obras, não negar o nome de Jesus (estabelecendo outro nome), posicionar-se radicalmente contra a idolatria, servir ao Senhor, amar e ansiar pelo retorno de Cristo, pregar o Evangelho, reunir na simplicidade do Evangelho, amar as demais igrejas que assim procedem e praticar a unidade do Corpo. Há mais alguma coisa a fazer? Sim, sempre haverá! Mas sem invenção, fugindo ao modelo.

Deixemos de nos envolver com tantas doutrinas falsas e regras que só têm servido para danificar a unidade do Corpo.

autor: Cilas Batistone.