Sou cristão desde os 14 anos de idade, quando reconheci que Jesus Cristo é Deus e Salvador, confiei n’Ele como meu Salvador pessoal e Senhor da minha vida. Passei a fazer parte da família de Deus, com a certeza da vida eterna.
Até o início do ano de 2000, minha vida parecia transcorrer num mar de rosas. Alguns espinhos, é claro, mas boa saúde na família, filhos todos empregados, muita paz e muito amor no lar, participação agradável nos trabalhos da igreja, poucas preocupações financeiras, meu escritório de consultoria vinha se desenvolvendo bem, porém em março de 2000 aconteceu o inesperado e a minha vida mudou dramaticamente.
Fui internado em regime de urgência com um quadro de bloqueio intestinal. No dia 31/3 fui operado às pressas, tendo sido retirado um tumor cancerígeno do cólon em estado avançado, muito agressivo e com células cancerígenas já disseminadas pelo corpo.
No término da operação, o médico chamou meus familiares presentes (esposa e dois filhos), nos recriminou por ter deixado a doença chegar a um estado tão avançado e, em resposta à pergunta de um dos filhos, informou que meu estado era muito grave e a previsão médica, desde que eu me submetesse ao tratamento apropriado, seria de aproximadamente mais um ano de vida.
Fui encaminhado ao médico oncologista que, ao me receber na primeira consulta, mentalmente também previu que meu tempo de vida seria de aproximadamente nove meses a um ano. O choque foi terrível! Nossa vida poderia ter se tornado num mar de espinhos, mas não foi isso que aconteceu.
É verdade que de lá para cá tenho feito quimioterapias, intercaladas com mais três cirurgias, em virtude da metástase, inicialmente no fígado, depois no abdômen, no tórax, nos pulmões e no pescoço. Já tive quadro de confusão mental que me levou à UTI com diagnóstico de câncer no cérebro, já perdi (e recuperei) todos os meus cabelos, já tive reações de toda espécie às quimioterapias e tratamentos, já fiquei deprimido, já fiquei exultante, etc.
Atualmente apresento tumores cancerígenos nos pulmões e no tórax que vem aumentando em número e quantidade; os tumores no abdômen, no fígado e no pescoço parecem estar estacionados. Desde dezembro 2002 sou “cobaia” de um tratamento experimental de combinação de quimioterapia com transplante de células sangüíneas de parentes próximos.
Fui obrigado a reduzir minha atividade profissional e minha situação financeira tornou-se mais precária. Passei a viver mais modestamente.
O que tudo isto tem a ver com minha fé cristã?
Tem tudo a ver, pois tenho certeza daquilo que creio e esta certeza é um dos fatores principais, senão o principal, que me mantém vivo com boa qualidade de vida até hoje, e da mesma forma que a minha fé, esta certeza é totalmente racional. Senão, vejamos:
Sei que meu futuro, como de qualquer outra pessoa, apresenta três hipóteses:
Como afirmei anteriormente, estas três hipóteses são aplicáveis a qualquer pessoa – “doente terminal” ou não - na face da terra. O que me deixa tranqüilo é que sou um privilegiado por ter sido salvo pela Graça de Deus, e sei que Ele está no controle da minha vida, do meu tratamento e da minha saúde.
Estou cada vez mais convicto que nada neste mundo - nem mesmo uma “doença terminal” - pode me separar do Amor de Deus que está em Cristo Jesus, meu Senhor e Salvador. Amém!