Paternidade

REALIZAÇÃO DIVINA OU AVENTURA HUMANA?

"Façamos o homem à nossa imagem ... sejam férteis e multipliquem-se" (Gn.1:26,28)

No Brasil, agosto destaca o 2° domingo como o DIA DOS PAIS. Sem dúvida, é um dia importante no calendário festivo da família. Embora saibamos que a motivação maior do destaque é o interesse comercial, sempre presente na atitude humana, não se pode ignorar que a figura do PAI tem grande relevância no contexto familiar e social. Lamentavelmente não é o que se nota no comportamento humano. A PATERNIDADE é tida, em geral, como aventura humana (e que aventura!) e não como sublime e importante realização de Deus, através do homem que Ele criou, à Sua imagem e semelhança. Há na atitude de todas as áreas do conhecimento humano uma pecaminosa e debochada alienação de Deus, na consideração e no trato do fato. É, pois, oportuno que consideremos, biblicamente, o que representa a PATERNIDADE, equivocadamente festejada em nossos dias com acentuado egoísmo e tremendo materialismo. Vejamos:

  1. A PATERNIDADE é um “programa divino”, não uma arquitetura humana. Vários detalhes, de invulgar sabedoria, insondáveis juízos e inescrutáveis caminhos, compõem esse momento singular da criação divina! (Rm.11:13-16). A criação do homem é o ato culminante na sucessão da ação criadora, maravilhosamente realizada por Deus. Fica clara, na Escritura, a intenção de Deus de criar o homem com objetivo definido. Formou, previamente, todo o cenário necessário, em atos criativos sucessivos. Fê-lo à sua imagem e semelhança, pois o homem deveria ter as condições próprias da divindade, para ser o Seu legitimo e capaz representante, na notável realização procriadora e de perpetuação da espécie. Colocou ao seu lado a mulher, também por Ele criada, como a sua “auxiliadora que lhe fosse idônea” (Gn.2:18). Assim a PATERNIDADE viabilizou-se no processo divino da procriação e da perpetuação da espécie. PATERNIDADE não é uma aventura humana, para mera satisfação e realização pessoais, mas é um programa divino, único e exclusivo meio estabelecido por Deus para a realização desse processo.
  2. A PATERNIDADE é o mais sublime “privilégio humano”. Não há outro privilégio humano que se iguale ao da PATERNIDADE. É o exercício humano de uma outorga de Deus, nas Suas capacitação e orientação permanentes. Gerar filhos, criá-los e formá-los “na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef.6:4), é privilégio incomparável. Não há conquista humana, em qualquer área das realizações do homem, que se compare a esse privilégio. Os filhos são “herança e galardão do Senhor; feliz o homem que enche deles a sua aljava” (Sl.127:3,5). Ser PAI não é ser reprodutor humano à semelhança de qualquer animal irracional. Note que a expressão "PAI" é usada na Bíblia mais de 250 vezes referindo-se a Deus. Que privilégio poder exercer a PATERNIDADE no padrão ético, moral e espiritual de Deus, na realização do Seu sublime projeto, cheios do Seu amor, fiéis à Sua Verdade e providos com a Sua Sabedoria! Que privilégio realizar-se na prática do amor autêntico, que harmoniza, na Soberana vontade de Deus, o “eros” (o amor do sexo legítimo e santo), o “phileo” (o amor da amizade verdadeira) e o “agape” (o amor espiritual, manifestação de Deus, que é "AM0R", através de nós)!
  3. A PATERNIDADE implica em “responsabilidade irrecusável e intransferível”. Infelizmente não é isso que sempre se vê no exercício da PATERNIDADE. Quando levianamente encarada como uma mera e indesejada conseqüência do ato sexual, muitas vezes exercido pecaminosamente, e como um incômodo e penoso ônus, traz resultados desastrosos para a vida humana. Quanta irresponsabilidade! Quão deploráveis as usuais expressões "pai ilegítimo" e "pai desconhecido"! Eis a razão porque a humanidade padece as agruras de um ambiente social hostil, incômodo e degradante, onde os filhos mal amados, abandonados e até detestados, tornam-se o motivo da miserabilidade familiar, social, moral e espiritual humana. A irresponsabilidade no mau exercício da PATERNIDADE explica o caos da nossa época!

NOTA FINAL: E como fica a "clonagem humana" diante de tudo isso?!?

autor: Jayro Gonçalves.