Reflexões de fim de ano

"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão"

(1Coríntios 15:58)

Dezembro é um mês turbulento e cheio de emoções que nos envolve com situações peculiares ao término do ano. Somos levados a reflexões profundas, que afloram naturalmente em razão do fim de mais uma etapa de nossa vida, para verificação dos resultados que alcançamos na execução dos projetos estabelecidos no início do período.

São os balanços inevitáveis que temos de fazer e que, muitas vezes, nos levam a decepções e frustrações contundentes. Embora seja o mês de muitas festas e manifestações de falsa alegria, a verdade é que as conclusões a que chegamos nem sempre são animadoras!

No turbilhão de nossas reflexões mentais constatamos os tremendos fracassos que tivemos e a inutilidade de muitas de nossas iniciativas e atuações! E o pior de tudo é que acabamos por perceber que a história se repete a cada ano!

São as contingências da vida humana, sustentadas apenas pelos nossos precários e enganosos valores pessoais e materiais, nos quais tanto confiamos e dos quais nos valemos para as nossas realizações, evidência incontestável do nosso orgulho e de nossa reprovável auto-suficiência. Apenas castelos de cartas, em alicerces de areia movediça, que não resistem aos impactos inevitáveis das adversidades!

No meio de tantas reflexões negativas e frustrantes gostaria de sugerir uma reflexão positiva que pode mudar esse quadro sombrio e nos estimular a um novo curso na história da nossa vida, que nos há de levar, com segurança, a realizações compensadoras e de valor incontestável.

No artigo que escrevemos no mês passado, falamos da “Retumbante Vitória sobre a Morte”, com base no texto Paulino, de singular significado, em 1Co.15:54-56. É interessante notar que Paulo conclui essa extraordinária Escritura, com uma forte exortação, no versículo 58 acima transcrito. Creio que o momento cronológico de dezembro presta-se bem para uma reflexão profunda sobre esse texto.

Na versão BV o texto diz: "Portanto, meus queridos irmãos, já que é certa a vitória futura, sejamos fortes e firmes, sempre produzindo muito no trabalho do Senhor, pois vocês sabem que nada do que vocês fazem para o Senhor é desperdiçado, como aconteceria se não houvesse ressurreição". Vejamos alguns aspectos: 

  • "PORTANTO" - Por causa da ressurreição de Cristo e da nossa, sabemos que servi-Lo não é atividade vazia e inútil. Nossas REFLEXÕES DE FIM DE ANO devem ter como base a certeza irremovível do fato incomparável da "ressurreição". Nessa certeza deve se fundamentar a nossa disposição de fazer de nossa vida uma profícua atuação da realização do projeto de Deus para nós. O que valerá como patrimônio de real valor há de ser o que nós nos dispusermos a fazer para o Senhor, na Sua Soberana vontade e na Sua indispensável dependência.
  •  "SEDE FIRMES” - Uma crença firme na ressurreição e uma esperança definida quanto ao futuro dão incentivo para o serviço no presente. Firme é o que é fixo, sólido e seguro. Tem a ver com robustez, força, intrepidez, constância, perseverança, determinação e pronta decisão. A "firmeza" é o fundamento, ou o alicerce robusto das nossas realizações vitoriosas. O que dá firmeza à nossa postura cristã realizadora é, em primeiro lugar, a Palavra de Deus. A firmeza se acentua na medida em que aprofundamos mais e mais as raízes que dão base à nossa atuação cristã na indestrutível, viva e eficaz Palavra de Deus. Em segundo lugar, a manifestação da nossa fé incondicional em Deus e no que Ele diz.
  • INABALÁVEIS” - Inabalável é o que é resistente a tudo e a todos. É o inquebrantável. É o corajoso, que se manifesta intrépido, imperturbável, inalterável, sereno, inexorável e insensível às investidas malignas. É o que não se verga, quando os ventos são muito fortes; o que não cai apesar do terremoto das adversidades e das oposições; que não se dobra aos impactos das inverdades, sofismas e injunções maliciosas; que não se rende perante as ameaças do inimigo. A plenitude do Espírito garante isso.
  •  “SEMPRE ABUNDANTES” - Com diz a BV: "sempre produzindo muito no trabalho do Senhor". O que Deus mais deseja é que produzamos muito fruto (Sl.1:3; Jo.15:5, 16). Isso depende de uma perfeita sintonia com o Senhor e dependência total d’Ele. Note, no texto, o advérbio de tempo "sempre". A nossa produtividade espiritual deve ser contínua. O pecado não confessado anula essa produtividade permanente.
  • NO SENHOR, O VOSSO TRABALHO NÃO É VÃO” - Como diz a BV, sabemos que nada do que fazemos para o Senhor é desperdiçado. Nosso esforço estará sendo investido na causa vencedora do Senhor. Ele, também, nos recompensará na Sua segunda vinda (Mt 25:21; Lc 19:17).
autor: Jayro Gonçalves.